segunda-feira, 12 de março de 2018

NOVO IMPOSTO PARA NETFLIX VEM AI

NOVO IMPOSTO PARA NETFLIX VEM AI

Um novo imposto federal, que estava no papel pode se tornar realidade ainda em Abril ou Maio. Segundo o Ministro da Cultura,  Sérgio Sá Leitão, disse em entrevista que a cobrança do Condecine sobre serviços de vídeo sob demanda, deve se tornar realidade até no máximo em maio.

O Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) é um imposto regulamentado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) que já é cobrado de produtoras e distribuidoras de conteúdo no Brasil.

Desde o do ano passado há rumores de que o governo queria aplicar essa cobrança também a serviços de vídeo sob demanda, como Netflix, Amazon Prime Video e HBO GO, além dos brasileiros Looke, GloboPlay e muitos outros.

De acordo com Sá Leitão, a forma como esse imposto será cobrado deve ser definida na próxima reunião do Conselho Superior de Cinema da Ancine, que acontece em 11 de abril.

A ideia original era cobrar o Condecine da Netflix e semelhantes do mesmo modo que o imposto já é cobrado de canais de TV paga: com base no catálogo de vídeos disponível. Desse modo, o governo esperava arrecadar R$ 300 milhões até 2022.

Após discussões que se estenderam por todo o ano de 2017, incluindo a ideia de modernizar o Condecine e excluir a cota de produções nacionais, o Ministério da Cultura agora trabalha com duas possibilidades:

- Taxar o faturamento anual: o governo cobraria uma porcentagem ainda não definida de tudo o que a empresa faturar no Brasil em um ano fiscal. O problema é que, segundo o ministro da Cultura, é difícil "mensurar essa receita, uma vez que as empresas são fechadas".

- Taxar sua base de usuários: estipular uma cobrança semelhante ao ISS municipal que seja calculada com base no número de assinantes ou de vendas das empresas. 

O grande problema é que não há consenso entre os lados desse debate. Mauro Garcia, presidente da Bavi (associação das produtoras independentes de TV), disse à Folha que a sua categoria defende que as empresas de streaming paguem imposto com base na receita anual, "a forma adotada na Europa".
Já uma reportagem de setembro do ano passado diz que a Globo é contra isso, e prefere a cobrança por catálogo. De um outro lado está a Imovision, empresa que tem uma uma plataforma com mais de 1.000 filmes de arte, europeus em sua maioria, e que é contra esse tipo de cobrança, motivo pelo qual adiou sua estreia no Brasil.

Mas como argumenta a Bavi e o Ministério da Cultura, a cobrança por título pode impor barreiras à entrada e manutenção de empresas estrangeiras de streaming no país, e favorecer somente as nacionais. É por isso que a discussão ainda não chegou ao fim.

Senão houver um consenso o processo pode se estender até junho, concluiu Sá Leitão. As empresas de streaming não comentam o assunto.

Só o que elas costumam dizer é que os impostos não são repassados para os assinantes. No entanto, o preço da Netflix aumentou em junho do ano passado, após a definição da cobrança do ISS em municípios do Brasil.

Diário de Bordo


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